Nanotecnologia para combater o câncer

O governo mexicano acaba de aprovar o financiamento de uma pesquisa inovadora realizada pela Universidade Federal do Ceará em parceria com a Universidad Autónoma de Guerrero (UAGRO), do México.

O estudo do ramo promissor da áreas de nanotecnologia deve resultar em uma terapia inovadora para o câncer de colo de útero, com potencial de aumento da eficácia e redução de efeitos colaterais.

O estudo, que já vem sendo feito desde 2018, foi aprovado em 30ª colocação entre as 319 pesquisas contempladas no edital que garantiu o financiamento.

O câncer de colo de útero – também chamado de câncer cervical – é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás apenas do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Na UFC, a pesquisa é realizada pelo Centro de Desenvolvimento e Ensaios Farmacêuticos (CEDEFAR), ligado ao Departamento de Farmácia, que é responsável pela realização dos experimentos de nanotecnologia. Desde 2018, o centro integra o Grupo de Pesquisa em Nanotecnologia (GPNANO), também da UFC, com expertise em desenvolvimento de nanomedicamentos.

“A pesquisa propõe o desenvolvimento de uma formulação do tipo nanomedicamento, chamado imunolipossoma, específico para células do câncer cervical, através de uma terapia inovadora combinando fármacos tradicionais (cisplatina), novos (oxima esteroidal), e altamente seletivos (siRNA), com potencial de aumento da eficácia e redução de efeitos colaterais”, explica o coordenador do CEDEFAR-GPNANO, Prof. Josimar Eloy.

Segundo os pesquisadores, os nanomedicamentos (também chamados de nanofármacos) atuam com mais segurança e mais eficácia, uma vez que possuem a capacidade de aumentar a concentração no foco a ser combatido.

Esse tipo de medicação é considerada menos tóxica para os tecidos sadios e, por isso, reduzem os efeitos colaterais nos pacientes em tratamento.

Intercâmbio com o México

A parceria entre a UFC e a Universidad Autónoma de Guerrero começou em 2018. Estudantes mexicanos foram estagiar no laboratório da UFC por dois meses e construíram um projeto de pesquisa. A equipe da UFC é formada por duas farmacêuticas, uma técnica de laboratório, e dois bolsistas, um mestrando e um doutorando.

O projeto financiado pelo governo mexicano será apoiado ao longo de três anos pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do México (CONACYT). Nesse período, a UFC deverá receber duas pesquisadoras mexicanas – uma doutoranda e uma pós-doutoranda – que irão desenvolver parte da pesquisa no Ceará.

+ Também participam do projeto os professores Jorge Nava, Yazmín Gomez e Berenice Illades, da Universidad Autónoma de Guerrero, e a Professora Raquel Petrilli, docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).

Foto principal: integrantes do GPNANO, da UFC. Imagem cedida pela UFC

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