“Solidãoriedade” é uma palavra que mistura solidão e solidaridade. A expressão foi criada pelo cineasta Bebeto Abrantes para encontrar a energia que ele precisava para lidar com o distanciamento social meio que imposto pela pandemia de COVID-19.
Bebeto, devido à sua idade e limitações de saúde, teve que reinventar sua rotina diária. Ele vive
Em isolamento total em um apartamento no Rio de Janeiro, Bebeto se divide entre conversar com os filhos – um de 16 e outro de 20 anos – e as aulas on-line, que ele ministr na Academia Internacional de Cinema.
Foi nesse contexto em que teve a ideia de criar um “filme-processo” sobre a quarentena, ao lado de Cavi Borges, dono da produtora independente Cavídeo, com 66 longas e mais de cem curtas-metragens no currículo.
A data era 21 de março de 2020, uma sexta-feira. Entre uma ligação telefônica e outra durante o fim de semana, os dois escolheram dez personagens, seguindo os critérios de gênero, renda e diversidade etária. “Começamos a receber os materiais três dias depois ”, lembra Bebeto. Cada personagem mostrava como estava se adaptando às suas novas rotinas sob isolamento social.
Bebeto garante que não houve reunião cara a cara entre o elenco e a equipe. O material – dividido em duas partes – já foi editado e está disponível nas plataformas digitais. “Estou procurando reinventar tudo o que aprendi aceitando contribuições de todos e não seguindo o processo criativo habitual”, conta.
Bebeto e Cavi planejam disponibilizar um novo curta-metragem a cada 15 dias, totalizando cinco curtas-metragens. Depois, os curtas-metragens serão convertidos em um longa-metragem.