quarta-feira, outubro 16, 2024

Saúde mental para pessoas com coronavírus

Lidar de perto com uma pandemia como a do coronavírus pode ser prejudicial para a saúde em geral – incluindo a saúde mental – o que dificulta o processo de recuperação. 

Embora a COVID-19 seja uma doença infectocontagiosa que pode causar complicações respiratórias, isso não significa que ela não possa também ocasionar problemas de saúde mental naqueles pacientes suspeitos ou confirmados como portadores da doença. 

Para quem está atravessando esse momento difícil com o diagnóstico da doença, a psicóloga Juliana Martins Rodrigues chama atenção para alguns cuidados. Ela é coordenadora técnica de Saúde Mental do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), órgão ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Conselhos para manter o equilibro psicológico  

  • O enfrentamento dos sentimentos e da realidade é sempre a melhor alternativa de combate, pois o conhecimento ajuda a enfrenar e dissolver o medo. 
  • Ter informações confiáveis sobre a doença Estar ciente sobre precauções especificas, reduz a ansiedade. Saber sobre a quantidade de pacientes que se recuperaram, Evitar superestimar a quantidade de óbitos pela Covid-19 saber que os tratamentos dão resultado e não sofrer por antecipação imaginando um desfecho trágico para o seu caso. 
  • limitar a exposição sobre o assunto nas mídias sociais, para não receber muitas informações pouco confiáveis. Segundo ela, informações falsas ou sensacionalistas têm um poder enorme de aumentar a ansiedade.

Confiança é fundamental

A palavra confiança também será fundamental nos casos de suspeita e de confirmação da infecção, tanto a confiança interna, na própria capacidade de recuperação, como a confiança externa, de que seu tratamento está sendo bem conduzido. 

Neste sentido, os profissionais da linha de frente, como os enfermeiros e médicos, que em geral tem o primeiro contato com o paciente, serão de extrema importância também para a subjetividade dos pacientes, pois sentir confiança de que está sendo bem cuidado e orientado vai fazer toda a diferença. 

Um tratamento humanizado, onde você olha, escuta, conversa, demonstra que a pessoa tem suporte para lidar com a doença, mostra empatia e transmite sentimentos de segurança, calma e esperança, tudo isso reduz bastante a ansiedade. 

Afeto da família e dos amigos

Mesmo isolado ou em quarentena, é interessante o paciente buscar manter contato, através de telefone ou outras mídias sociais, com seus parentes e rede afetiva. 

Durante esse período, tente se expressar criativamente, seja através da escrita, da pintura, desenho ou outros, isso pode facilitar o acesso a emoções que está sentindo e trazer alívio para o estresse.  Escute música, veja filmes, se possível faça atividades de relaxamento como meditação e exercícios de respiração, por exemplo. 

As dores, as doenças, os medos, fazem parte da vida, isso de certa forma é inevitável, mas podemos aprender a lidar melhor com os impactos emocionais de estar infectado.Por fim, as pessoas infectadas, isoladas ou em quarentena, devem estar cientes que estão beneficiando a saúde de todos ao seguir os protocolos de tratamento, sendo assim, não devem ser foco de preconceito e sim de solidariedade. Esconder que está infectado só vai trazer mais angustia e preocupação. 

É desejável compartilhar seus sentimentos com pessoas de confiança como família, terapeutas ou médicos. Compartilhar seus medos não vai eliminar completamente suas apreensões, mas vai lhe auxiliar a lidar melhor com elas.

Com informações da Fiocruz

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